O mercado de games sofreu alguns duros golpes nos últimos anos pelo mais diversos motivos. Seja grandes eventos cancelados, jogos adiados ou até mesmo a escassez de chips para distribuição de consoles, é impossível ignorar a performance positiva da Nintendo nesse período e em todo o ciclo de vida do Nintendo Switch.
Com uma proposta inovadora e uma responsabilidade imensa de relevância após os tropeços do Nintendo Wii U, o Switch conquistou o coração não apenas dos gamers mas também das empresas terceirizadas, criando assim uma imensa base de fiéis consumidores e os mais diversos jogos exclusivos e ports dos mais distintos universos, contando com a vantagem de poderem ser jogados pela primeira vez em Modo Portátil, graças a proposta híbrida que é um dos carro-chefe e principal motivo para que muitos não desgrudem de seus consoles, mesmo longe de casa ou em viagens.
Seguindo o fluxo natural do mercado, a Nintendo continuou a investir em propostas que envolvem o Nintendo Switch e em 2021 o Nintendo Switch OLED chega ao mercado com diversas melhorias. Quase um ano depois, em setembro de 2022, a Nintendo oficialmente anuncia o console em território nacional, com o novo modelo tendo um destaque no estande da Nintendo na BGS 2022.
Este texto opinativo traz uma review do Nintendo Switch OLED e suas vantagens perante outras versões, para que você, nosso leitor, enxergue o quão acertada foi essa posição de mercado e quantos frutos o OLED colheu e colherá ao mudar os conceitos da Nintendo e da própria portabilidade. Se você já tem o console ou pensa em comprar, esse texto é para você!
Construção
Ao colocar as mãos em um Switch OLED pela primeira vez, já entende-se que algo, de fato, mudou. Apesar da apresentação aos componentes do produto ser bem similar a original vista em 2017, a caixa agora “de pé” já diferencia as versões logo na prateleira.
A construção do console está mais madura e muito mais sólida, corrigindo pontos físicos do produto. Nesses anos todos com o antigo Switch no mercado, a Nintendo ouviu diversos feedbacks dos consumidores e conseguiu trazer muitos aprimoramentos através da construção do produto, por isso usarei da licença poética para dizer que enxergo o Switch OLED basicamente como “um update físico”, onde a gigante do Japão ouviu onde poderia melhorar e aprimorou muitos pontos, sem necessariamente aprimorar nada relacionado a performance.
Nem mesmo a Dock escapou das melhorias
A Dock é um show a parte. Apesar da grande porcentagem das melhorias de construção focarem numa experiência portátil superior, a Dock também evoluiu nesta nova versão. Muito mais bonita que sua antecessora, apostando em um logotipo menor salientado ao invés do pintado em plástico da Dock anterior. Uma porta LAN já embutida traz a aposentadoria imediata de adaptadores para jogatinas cabeadas.
A escolha da cor branca também foi extremamente acertada, ficando tão bonita e inconfundível nas salas e quartos dos jogadores quanto o imenso Playstation 5. Para os menos chegados em cores candidatas à sujeira, existe versão com as cores dos Joy-Cons em vermelho e azul, com uma Dock preta.
A atenção aos “detalhes portáteis”
Alguns esperavam 4K, outros um hardware mais potente, mas o que foi entregue de verdade apenas confirmou a crença da Nintendo de que jogar no modo portátil está funcionando e pode ser ainda melhor. Estamos falando de uma tela OLED, maior, alto-falantes mais potentes, um Stand bem mais resistente e uma memória interna dobrada. Não poderiam ser sinais mais claros de que a Big N quer que sua relação portátil com o Switch seja elevada e impulsionada para o próximo nível, e foi exatamente isso que aconteceu.
Pensarem tanto em uma experiência portátil mais refinada me fez quase que abandonar a jogatina na televisão, restringindo ela apenas ao Smash Bros. e ao recém lançado Splatoon 3, apenas por estes serem competitivos e não me imagino jogando eles sem um Pro Controller e internet cabeada, que entreguem a estabilidade e precisão que ambos exigem. Ao restante, tudo fica tão bonito, confortável e interessante na tela do OLED que ficou inevitável investir em cases de transporte e em carregadores extras para que o console sobreviva a exposição em excesso, agora que ele não está preso a um ambiente fixo e também para que esteja ao meu alcance dentro de casa, ao mesmo tempo que esteja preparado para sair a qualquer momento.
O Switch OLED basicamente virou tudo que eu sempre amei no Switch Lite, perdendo apenas para o tamanho físico, que o torna menos portátil se comparados lado a lado. Ponderando todos os produtos que a Nintendo tem no mercado e listando seus pontos positivos e negativos, a conta é simples: estamos ganhando uma tela OLED bem maior e a possibilidade de poder ligá-lo à uma televisão, com o único prejuízo de não ter um tamanho menor, mas ainda sendo possível levar para os mesmos lugares e jogar os mesmos jogos, apenas ocupando um pouco mais de espaço na mochila.
O tamanho da tela
Falando da tela especificamente, foi uma mudança tão mágica e tão bem-vinda que sinceramente faz o Switch original parecer uma versão Beta do produto que o Switch OLED seria um dia. Indo quase de uma ponta a outra, a tela consome perfeitamente seu campo de visão e diria ser o tamanho ideal para se divertir. Para não chamar de perfeita, talvez uma resolução mais alta traria ainda mais valor, já que os serrilhados na tela OLED ficam mais evidentes, mas, se olharmos para tudo que a Nintendo fez pelo portátil, é um problema que consigo deixar de lado.
As cores e o incentivo ao fator replay
Tudo é tão vivo na tela OLED que chega a ser desconfortável pensar que a Nintendo não tenha abordado essa tecnologia antes. Uma empresa com IPs tão coloridas e marcantes deveria ter trazido o frescor de uma tela OLED em seu núcleo.
As cores mais intensas e até mesmo a falta delas são a receita perfeita para que a imensa biblioteca do Switch fique ainda mais interessante. Voltei a jogar alguns jogos com o único argumento de “querer ver como fica no Switch OLED”.
Foi graças à versão OLED que eu finalmente terminei Pikmin 3 e Yoshi’s Crafted World, como também joguei Luigi’s Mansion 3 e Mario + Rabbids de novo e retomei a jogatina de Fire Emblem Three Houses. Sim, o OLED me fez tirar a poeira de muitos jogos que já zerei ou havia até desistido de jogar e provavelmente terá o mesmo efeito em quem interrompeu alguns jogos para começar outros. Essa é a tal magia portátil que quero deixar evidente por aqui, o jogador se apega em ter uma experiência mais viva e quando se dá conta, está jogando fora da TV e fora de casa sempre que possível.
A compatibilidade com o mercado atual
Para finalizar, a cereja do bolo ironicamente é… as poucas mudanças! Sim, mudar pouco e ainda entregar melhorias pode ser um ponto positivo. O maior deles? A quantidade de Joy-Cons, cases de transporte e demais acessórios ainda serem compatíveis. Em tamanho, a versão OLED é pouquíssima coisa maior que a versão tradicional, então tudo lançado para um produto pode ser aproveitado pelo outro.
Com essa compatibilidade, vemos produto de 2021 possuindo os mais diversos periféricos lançados desde 2017 e isso significa que você pode ter os mais coloridos controles e as mais legais e exclusivas cases de transporte sem perder sua tela OLED ou sem pagar mais caro por ter comprado um produto mais premium. É quase como um celular top do ano de uma marca conseguir usar e reaproveitar capinhas e outros acessórios mesmo com uma distância considerável em lançamento. É tirar proveito do que já existe ao mesmo tempo que consegue incrementar.
Vale a pena?
A Nintendo têm olhado fortemente para o mercado brasileiro e prova disso são os mais diversos modelos do console lançados por aqui e suas capacidades sendo tratadas em eventos para o público, como o Shopping Tour e a própria BGS 2022 que traz a possibilidade de jogar alguns fortes títulos do Switch no novo modelo OLED.
Os preços oficiais estão competitivos, próximos aos preços da versão padrão e batendo de frente com opções de importação, com a vantagem de ter entrega nacional feita por grandes lojas, caixa e fonte no padrão brasileiro e suporte 100% nacional e muito ágil. A recomendação mais alta vai para aqueles que possuem um Switch mais antigo (comprado em 2017) e para aqueles que gostam de jogar no portátil com bastante qualidade.
Podemos dizer que o Switch OLED é a forma final de tudo que o Switch de 2017 representou ao mercado. É quase impossível listar alguma outra melhoria para esse produto sem começar a mexer em componentes e resoluções, mas não seria estranho acreditar que essa proposta ficará para um outro posicionamento da Nintendo. A recomendação é alta pois este, provavelmente, é o ápice da Nintendo para se desfrutar de uma biblioteca de aproximadamente 6 anos com a qualidade e o carinho que merecem.
O Switch OLED de uso pessoal e o disponível na BGS 2022 que possibilitaram este análise. A Casa do Cogumelo está cobrindo a BGS 2022 e tudo relacionado ao evento, não deixe de nos acompanhar!
E você, gostou do Switch OLED? Concorda com os pontos trazidos ou possui outro tipo de opinião? Conte para a gente!