Janeiro de 2013. Gamers de todo o mundo estavam com olhos vidrados diante de computadores, celulares, enfim – qualquer dispositivo que estivesse conectado à internet para assistir a mais uma edição do Nintendo Direct.
Na ocasião faziam apenas dois meses que o Wii U havia sido lançado e todos estavam ansiosos para saber que games poderiam jogar na nova plataforma. E o que a Nintendo anunciou nesse dia superou até a mais alta das expectativas: para a surpresa de todos, era anunciado, além de uma remasterização de Wind Waker, um novo jogo totalmente inédito da série The Legend of Zelda.
Você deve se lembrar bem desse dia, não é? Ficou marcado na memória dos gamers, e desde então passamos os meses e anos cada vez mais empolgados e ansiosos a cada novo trailer e informação divulgados sobre a nova aventura de Link.
Na época todos imaginavam que esse seria o visual do jogo |
Os anos passaram. O lançamento que seria em 2015 foi adiado em dois anos e o projeto ganhou uma versão também para o Nintendo Switch. E finalmente, aqui estamos: na véspera do lançamento de The Legend of Zelda: Breath of the Wild!
Será que toda a espera valeu a pena? Em breve saberemos. Mas por hora, confira nossa prévia do game para ter uma ideia do que esperar.
Ah, e pode ficar tranquilo, não vamos dar spoilers. 😉
O desafio da Nintendo
Quando falamos de uma série tão conhecida e respeitada como The Legend of Zelda, podemos imaginar o peso que caiu nos ombros dos desenvolvedores da Nintendo quando decidiram que iriam fazer um novo game inédito da franquia para os consoles de mesa.
E ainda mais arriscado foi a proposta apresentada: repensar toda a estrutura da série, como a linearidade das dungeons, as batalhas, o conceito de mundo aberto, as lutas, a sobrevivência. Enfim, a Nintendo desejava reformular The Legend of Zelda e produzir um jogo que conseguisse resgatar a originalidade e nostalgia dos games mais antigos dentro do contexto da geração atual de videogames e jogadores.
Essa ideia deixou os fãs mais conservadores bastante desconfiados e temerosos. Mas só o tempo mostraria se a Big N conseguiria fazer um novo jogo que fosse tão bom quanto seus antecessores.
As duas plataformas
Como já se sabe, o novo Zelda seria lançado originalmente para o Wii U, que na época do primeiro anúncio era um console “recém-nascido”. Mas o tempo passou, houveram adiamentos e nesse meio tempo surgiu o novo hardware da empresa – o Nintendo Switch. Assim, nada mais lógico do que trazer o jogo para seu novo aparelho e aproveitá-lo como um ótimo argumento para convencer os consumidores a adquirirem um Switch.
Com o anúncio do Switch, foi impossível não se preocupar com um possível cancelamento da versão do Wii U |
Mas quando foi anunciado o novo console, os donos de Wii U ficaram bastante preocupados e pensaram no pior: será que a versão do game para o Wii U seria cancelada?
Felizmente a Nintendo se mostrou fiel aos jogadores e manteve a promessa inicial de trazer o novo jogo ao Wii U, apenas acrescentando uma nova versão para ser lançada para o Switch. Com o anúncio dessa nova versão muitos se perguntaram se o Wii U seria prejudicado, talvez recebendo um produto de qualidade inferior.
Mas, mais uma vez, a Nintendo mostrou que não havia abandonado o Wii U, se assegurando de proporcionar a todos os jogadores a mesma experiência de jogo, não importa qual a plataforma escolhida.
As principais diferenças entre Breath of the Wild para Wii U e para Switch está em pequenas melhorias gráficas no novo console, mas nada que seja muito evidente quando comparado ao antecessor.
Enquanto o Wii U rodará o jogo em 720p, o Switch conseguirá atingir 900p, e ambos os consoles prometem manter a taxa de frames na casa dos 30 fps. Podemos esperar também alguns aprimoramentos em efeitos de luz e sombra, partículas, e shaders mais avançados. Mas esses detalhes poderemos ver melhor nos próximos dias quando começarem a chegar ao YouTube vídeos de comparação entre as plataformas.
Além disso, como já se sabe, o Switch possui a função para se jogar em qualquer lugar. Já no caso do Wii U, pode-se jogar usando apenas o GamePad, mas respeitando a distância máxima até o console.
Enfim, seja qual for a plataforma em que você irá jogar, com certeza terá uma experiência de jogo impecável.
Mexendo numa fórmula de sucesso
Talvez o ponto mais preocupante para os fãs de longa data de The Legend of Zelda é sobre até que ponto a Nintendo iria mexer na fórmula da série. Mas pode ficar tranquilo, o resultado final agrada a todo mundo, sejam jogadores novatos ou veteranos.
A principal diferença está no nível de liberdade que o jogo proporciona.
Digamos que você esteja numa missão onde deve chegar a determinado lugar no mapa. Tudo o que o jogo faz é dizer a você para escalar lugares altos a fim de observar a região e marcar em seu mapa a direção em que deve seguir. E para por aí.
Talvez mexer em time que está ganhando não seja uma ideia tão ruim assim… |
A partir daí, a forma como chegará ao seu destino ficará totalmente a cargo de cada jogador. Enquanto um talvez prefira dar a volta por uma planície, outro talvez prefira cortar caminho escalando uma alta montanha, e já outro talvez escolha se aventurar pelas corredeiras de um rio.
O level design do game foi projetado pensando nas mais diversas possibilidades de abordagem. Assim, praticamente qualquer ideia que você tiver poderá ser colocada em prática.
Além disso, existem inúmeros fatores que irão influenciar o gameplay. Há a passagem do tempo alternando entre dia e a noite, o clima dinâmico que pode trazer desde o Sol escaldante a tempestades mortais. Enfim, é algo que só fica realmente claro quando mergulhamos no mundo de Breath of the Wild.
Resumindo, o game consegue manter tudo o que tornou a série Zelda tão importante e amada, ao mesmo tempo em que acrescenta ideias de diversos ótimos games presentes hoje no mercado. Você encontrará elementos de stealth que o farão lembrar um pouco dos mais recentes Metal Gear Solid, elementos de sobrevivência e crafting, que resgatam boas ideias de jogos como Minecraft, além de elementos de luta e batalha que lembram games de action RPG e Hack n’ Slash.
Breath of the Wild é o The Legend of Zelda perfeito para a geração atual.
Visual, trilha sonora e jogabilidade
Visualmente, Breath of the Wild dá um show, seja no Wii U ou no Switch. Os gráficos estilo cel shading dão ao game a sensação de estarmos vendo um filme clássico de animação, como os clássicos da Disney ou os ótimos longas do estúdio Ghibli.
O resultado conseguido é surreal, misturando elementos que parecem ter sido desenhados a mão com cenários extremamente detalhados e com uma aplicação de texturas perfeita.
O visual do jogo é simplesmente maravilhoso |
Há inúmeros detalhes que chamam a atenção no game. Quando link corre em meio à grama alta, podemos ver as folhas se dobrando sob seu peso. Também vemos a folhagem da grama e das árvores reagindo de forma natural ao vento. Na neve acontece algo parecido, com pegadas sendo deixadas a cada passo de Link.
A trilha sonora, como sempre, é marcante e bem executada. Porém o game também se aproveita da ausência de música em boa parte do tempo. Com isso podemos notar o cuidado nos efeitos sonoros do mundo do jogo.
Seja o vento soprando as árvores, o som de um rio ou uma fogueira, ou os grilos e pássaros cantando em meio a regiões cheias de árvore. O jogo realmente consegue criar o ambiente perfeito para ajudar na imersão.
A jogabilidade funciona muito bem. Para a alegria de alguns, os controles por movimento foram quase completamente abandonados. Existe apenas a opção de usar os sensores para mirar, mas essa opção pode ser desativada caso o jogador deseje utilizar somente os analógicos.
Algo que talvez possa decepcionar alguns é que o game não possui nenhuma função para a segunda tela. No caso do Wii U, a tela do GamePad se limita a exibir durante todo o tempo uma mensagem informando que se desejar entrar em modo Off-TV basta tocar ali. Nada mais que isso. Mas bem que colocar o mapa na segunda tela seria interessante, não acha?
O enredo
Há pouquíssimo a ser dito sobre o enredo do game, visto que a própria Nintendo está fazendo bastante mistério para garantir que nenhum jogador leve spoiler e possa curtir o jogo com aquela boa sensação de suspense e surpresa.
Podemos esperar uma história no mesmo estilo dos outros games da franquia, com Link lutando para salvar Hyrule de vilões poderosos, porém o novo game promete personagens ainda mais bem construídos e com personalidade própria e marcante.
A recepção da crítica
Talvez tenha visto na internet os previews que estão sendo revelados sobre Breath of the Wild. O jogo já conseguiu uma marca histórica antes mesmo de ser lançado: Está entre os seis jogos mais bem classificados na história do Metacritic!
O game já recebeu diversas notas máximas entre os sites especializados, e a média geral no Metacritic até o momento está em 98 pontos. O único jogo que possui mais do que isso é Zelda Ocarina of Time, com 99 pontos.
Isso tem mostrado que todos que já puderam jogar o game e escrever suas análises, amaram o resultado e já até estão considerando este o melhor Zelda de todos.
“Open your eyes… Wake up Link”
Com tantos segredos a serem descobertos em Breath of the Wild, o melhor a fazer é seguir o exemplo da Nintendo e deixar que cada um descubra tudo por conta própria, quando entrar no mundo do game.
Mas pode esperar muitas horas de jogo com novas descobertas a todo momento, como se
Prepare-se para uma aventura inesquecível |
estivéssemos jogando um The Legend of Zelda pela primeira vez.
O lançamento oficial do jogo é amanhã, dia 3 de Março, junto com o Nintendo Switch.
Então, não importa qual plataforma escolher, não importa se você é fã da série ou está chegando agora, Breath of the Wild promete ser uma experiência divertida, marcante e histórica, que com certeza entrará para a lista de melhores jogos da história!