Embora o console atual da Sony receba constantemente novas IP’s e continuações de franquias já existentes, um dos pontos fortes -um ponto fraco para alguns- do PS4 é a grande quantidade de remakes e remasterizações de jogos que foram lançados para consoles de gerações passadas. Shadow of the Colossus, Crash Bandicoot N’Sane Trilogy, Grand Theaf Auto V, The Last of Us Remastered, God of War III Remastered, Resident Evil HD Remastered e Grim Fandango Remastered são alguns exemplos de jogos que foram ou refeitos integralmente, ou que apenas receberam atualizações nos gráficos, trazendo melhor nitidez e até mesmo suporte ao 4K.
MAS É REMAKE OU REMASTERIZAÇÃO?
Antes de começarmos a discutir se há um excesso de remakes e remasterizações, precisamos saber a diferença entre um e outro. O jogo Resident Evil, lançado originalmente em 1996 para PSX, talvez seja o melhor exemplo que possamos usar para mostrar as principais diferenças entre as duas formas de trazer um jogo antigo para uma tecnologia mais atual. Além disso, este jogo recebeu diversos ports para muitas outras plataformas. “Ports, remakes, resmasterizações, versão original… caramba, estou ficando confuso! Mas não é tudo o mesmo jogo?”. É, mas não é. Calma, vou explicar a seguir.
Quando a desenvolvedora porta um jogo para outra plataforma, ela apenas está fazendo uma codificação diferente para o jogo rodar nesta outra plataforma, já que, simplificando, cada console tem sua maneira de ler os jogos. No caso da remasterização, ela usa a mesma codificação, mas atualizando o jogo para rodar numa plataforma capaz de trazer melhorias tanto no visual, quanto no som. É exatamente como a indústria do cinema e da música está acostumada a fazer há décadas. Muitas vezes, quando o jogo vai ser portado para outra plataforma, ele ganha novos conteúdos, como por exemplo, novas fases, personagens, extras e etc. Mas geralmente, não passa disso. No caso da remasterização, normalmente as mudanças não passam de cosméticas. Mas quando falamos em remakes, é totalmente diferente. O jogo é refeito do zero e muda quase 100% do original. Gráficos, som, a trilha sonora, jogabilidade, novas fases, e até mesmo novas personagens são acrescentadas.
Quando falamos em ports e remasterizações, a Capcom é mestre no assunto. O Resident Evil original ganhou diversos ports e seu remake foi portado e remasterizado para praticamente todos os consoles pós-geração 128 bits, incluindo o PC. O port mais emblemático foi lançado para o portátil Nintendo DS com uma jogabilidade opcional e adaptada para a tela touch, trazendo uma nova maneira de jogar. Mas aqui, esta foi a única diferença em relação à versão original. Já no caso do remake, lançado originalmente e exclusivamente à época para GameCube, a Capcom mudou quase que completamente o jogo. Trouxe além de novos e belíssimos gráficos, novas localidades na mansão, uma nova abertura -agora inteiramente em CG- e alguns novos inimigos. Para as gerações posteriores, ela apenas remasterizou a consagrada versão do GameCube, atualizando os gráficos e áudio.
LANÇA MAIS QUE ESTÁ POUCO
Não dá para contar nos dedos (incluindo os dedos dos pés) quantos remasters o console monstro da Sony já recebeu ao longo desses anos. Foram muitos. E quando falamos “muitos”, multiplique por dez. Outro detalhe importante é que estes remakes/remasters não ficam restritos aos títulos mais conhecidos. Jogos com menos popularidade também são lembrados e remasterizados. Alguns até fazem mais sucesso com seu remaster do que com a versão original, como foi o caso do Ducktales Remastered, também da Capcom.
Confira a seguir uma pequena parte dos jogos que tiveram remakes ou remasterizações que foram lançados para o Playstation 4:
- Resident Evil Deluxe Origens Bundle
- Bioshock: The Collection
- Batman Return to Arkham
- Sleeping Dogs Definitive Edition
- Dead Rising: Triple Bundle Pack
- The Last of Us Remastered
- God of War Remastered
- Call of Duty: Modern Warfare Remastered
- Grand Theft Auto V
- Wipeout Omega Collection
- Uncharted: The Nathan Darke Colletction
- Tomb Raider: Definitive Edition
- Metro Redux
- Crash Bandicoot N`Sane Trilogy
- Heavy Rain
- Beyond: Two Souls
- Resident Evil 4
- Grim Fandango Remastered
- Diablo III
- Gravity Rush Remastered
- Shadow of the Colossus
- Dark Souls Remastered
- Final Fantasy XII: The Zodiac Age
É RUIM, MAS É BOM!
Alguns jogadores criticam a quantidade de remakes/remasters que são lançados ou anunciados quase que semanalmente. Um dos argumentos de quem não quer esse tipo de (re)lançamento é que as empresas poderiam usar os recursos -e o tempo- gastos nestes jogos com novas IP’s ou mesmo continuações de seus jogos preferidos. Mas não há nada que confirme que uma empresa utilize recursos que poderiam ser usados em novos jogos nestas remasterizações. Geralmente, estúdios independentes são contratos para isso. Um dos mais conhecidos é a Blupoint Games, responsável por trazer grandes franquias da geração 128 Bits para o PS3. God of War Collection, Ico e Shadow of the Colossus Collection e Metal Gear Solid Collection HD são bons exemplos do magnífico trabalho que o estúdio faz. E mais recentemente, eles lançaram o remake colossal (desculpem-me pelo trocadilho) de Shadow of the Colossus no Playstation 4.
A grande questão é que esses remakes/remasters estão sendo muito bem aceitos por grande parte do público e da critica. Até porque, muito jogador que não teve a oportunidade de jogar na época do lançamento original, está fazendo isso agora. Ainda não sabemos se o mercado ficará saturado de remasterizações, mas por enquanto, vamos aproveitando.