Esta semana vai ser decisiva para a Nintendo. A empresa vai revelar seu relatório financeiro anual – além de apresentar os números, isso significa mais detalhes sobre as vendas e projeções. Como resultado, espera-se que o presidente Tatsumi Kimishima, fale sobre o futuro da Nintendo, que neste momento gira em torno do NX e do mercado mobile.
A Nintendo achou que o público casual que comprou mais de 100 milhões de Wii ia gastar novamente em uma plataforma que tem basicamente o mesmo nome, mas com um controle com tela e resolução em HD. Deu errado. Ela também achou que as pessoas iam comprar simplesmente por ser uma plataforma com Mario e Zelda, mas isso não foi suficiente para alavancar as vendas do console. Agora com o NX, a empresa tem que atrair as pessoas por razões que vão além do passado, ou da história da empresa, e não faltam desafios à frente.
O NX também não pode deixar de ter um bom ecossistema online, com troféus/conquistas, aplicativos de mensagens decentes, streaming para YouTube e Twitch e perfis que podem representar os gostos e vontades do usuário. Isso tudo parece coisa pequena, e quando estão lá, podem não ser aquilo que deixa o consumidor feliz com sua compra, mas é importante ter essas coisas. Sua presença pode não pesar, mas sua ausência com certeza machuca.
E então temos que levar em consideração o que o NX pode oferecer que os outros não têm. A primeira coisa é, claro, jogos. Nisso a Nintendo tem que prestar atenção para não repetir os erros do Wii U. Agora, quase quatro anos depois, ele tem bons jogos. Smash, Splatoon, Super Mario Maker, Bayonetta 2, Xenoblade, Star Fox etc. Mas no lançamento? Zombi U e mais um Mario de plataforma 2D não foram o suficiente, e repetir isso não é aceitável. A maneira óbvia de evitar esses tropeços é ter um forte catálogo desde o começo e um bom relacionamento com as third-party
Depois do aconteceu com Wii U, o grande público não vai comprar o NX só por Mario e Zelda, mas sim se forem atraídas pelo senso de novidade e diversão que só a Nintendo tem, combinado com algo que deixe claro que são jogos com novidade. Se o novo Zelda realmente tiver um mundo aberto sandbox como Witcher ou Skyrim, acho que ele está bem encaminhando. Um Mario 3D, que ofereça coisas semelhantes a Mario 64 ou Super Mario Galaxy, também é um golaço inevitável. De qualquer outra empresa, isso seria pedir muito, mas essa é a Nintendo. Eles podem.
No mercado mobile, a Nintendo provavelmente vai ficar tranquila nesse seguimento. No dia que ela anunciar que um Mario old-school, um Pokémon ou coisa semelhante, foi lançado na App Store, milhares de pessoas vão comprar simplesmente porque é a Nintendo. Então a maior preocupação é a qualidade, e isso nunca faltou nos jogos da empresa. O segredo no mundo mobile é o equilíbrio, algo que seja simples para jogar, mas que ofereça elementos especiais que o destaquem da competição massiva que existe nas lojas da Apple e Google. Se olharmos pra Pokémon GO, fica claro que a Nintendo entendeu isso.