A seguir estaremos entendendo um pouco de tudo o que vem acontecendo no universo da Nintendo.
Como todos sabemos, o Nintendinho 8-bits consolidou o mercado para a ótima aceitação de plataformas de jogos eletrônicos caseiros, os famosos consoles em sua segunda geração se consolidavam como produtos altamente rentáveis.
Mas neste período, no final dos anos 80 e até final dos anos 90, a grande performance dos jogos eletrônicos estavam nos arcades. Eles ditavam as regras, possuíam os melhores recursos, maior tempo de resposta na jogabilidade e sem dúvidas o melhor desempenho gráfico.
Então, a Nintendo anuncia o Super Nintendo, este por sua vez vinha acompanhado de um marketing totalmente voltado para essa associação, que você poderia jogar os grandes jogos com o desempenho igual ou superior aos do arcade, e com toda sua família e no conforto do seu lar.
E todos nós que vivemos a geração MegaDrive e Super Nintendo sabemos o quanto isso é verdadeiro. Se você jogasse Mortal Kombat 2 do MegaDrive e depois jogasse o do SNES era nítida a diferença, o console da Big N era bem superior. Então, o que passou a ser comum foi máquinas de arcade com consoles do Super Nintendo dentro.
Com um poder de processamento de 16-bits superior a todos os concorrentes e com uma ótima aceitação no mercado, o Super Nintendo era o queridinho das thirdies, todas as empresas produziam jogos para o poderoso console da Nintendo, que por sua vez recebeu mais de 700 títulos ao longo da sua vida.
A Nintendo, diferente da Sega e da Sony, pulou a geração 32 bits, pois o SNES conseguiu sobreviver aos novos consoles enquanto o seu sucessor Nintendo 64 chegava ao mercado. E começava aí o primeiro grande tropeço da Nintendo perante aos seus grandes parceiros.
Diferente das outras empresas, a Nintendo fugiu ao formato do CD, mantendo os famosos cartuchos em atividade. Os únicos pontos positivos é que os jogos não teriam aqueles loadings eternos e também era mais difícil piratear os jogos. Contudo, as empresas não queriam mais ficar presas a quantidade de memória limitada que os cartuchos possuíam.
A grande inovação da época, eram os grandes CGs que os outros consoles possuíam, coisas que no Nintendo 64 era limitado e só se conseguiu fazer anos depois, quando levaram Resident Evil 2 para o console. Que por sinal era bem mais bonito do que a versão do Playstation, contudo, com quase 2 anos de atraso. O Nintendo 64 mantinha as animações com os mesmos gráficos do gameplay. Hoje isso seria fantástico, queremos mais gameplay e menos CG, mas acredite, nos anos 90 o inverso era importante.
Como o desenvolvimento de jogos para cartucho era limitado e bem mais caro do que o desenvolvimento de jogos em CD, que eram mais baratos e mais próximos dos computadores desktops, que começavam a chegar na casa das pessoas com o famoso Windows 95. As thirdies voltaram os olhos para as outras empresas e principalmente para o console da Sony.
Então começa o grande X da questão, o que faz hoje o Nintendo Wii U não ser a plataforma preferida para jogos multiplataformas de ninguém. Já na época do N64, a Nintendo sobreviveu a geração apenas com jogos exclusivos e com as grandes franquias produzidas por sua única grande parceira, a Rare. Então se você quisesse jogar, Street Fighter, The King Of Fighters, Samurai Shadow, e todos os novos IPs que surgiam, você não poderia comprar o Nintendo 64, pois lá você não teria essas opções.
Após a geração do Nintendo 64, com clássicos incríveis e a devastadora coletânea de títulos do Playstation, começa a era de ouro da Sony com o Playstation 2, que prometia uma máquina com um poder surpreendente e apoio de todas as thirdies.
A Nintendo lança então o Nintendo Game Cube, mas uma vez diferente de todos os concorrentes, como Dreamcast e PS2, ela lança os jogos em mini-dvd.
Mas desta vez a Big N contava com o melhor hardware e os jogos no pequenino, porém poderoso Game Cube, que eram bem melhores que em seus concorrentes. Mas a força de vendas era mínima. E o porque disso? Agora a Nintendo teria os melhores gráficos e poder de processamento, os grandes clássicos do SNES e Nintendo 64, o apoio das thirdies e ainda assim não era um sucesso nas vendas.
Tudo isso se resume em uma única resposta, a Nintendo havia perdido parte do seu público, as pessoas ficaram condicionadas a acreditar que Nintendo só faz jogos das suas linhas exclusivas, Mario, Zelda, Star Fox, Donkey Kong e Metroid. É aí que surge a grande polêmica de que a Nintendo só tem Mario!
Por causa de uma geração, toda a dinastia da Nintendo estava em perigo. A força avassaladora da marca Playstation, colocou a Nintendo distante da casa dos seus consumidores e obrigou a Nintendo a repensar sua estratégia de mercado.
E na minha humilde opinião, foi aí que a Nintendo assassinou de vez o público externo. Esse público é como aqueles que querem jogar as principais franquias que existem, além dos grandes exclusivos da Nintendo. Foi quando a Nintendo lançou o inovador e recordista de vendas Nintendo Wii. Foi um sucesso financeiro, cofres explodindo de tanto dinheiro, contudo, mais uma vez não possuíamos os principais jogos das thirdies em alto desempenho no Wii.
Contra todos, a Nintendo apostou em um console com baixo desempenho gráfico, e diferente de todos que entraram de sola na geração HD, a Nintendo manteve o Wii com a mesma resolução do seu antecessor Game Cube. Todos os jogos do Wii era exclusivos, nenhum outro jogo possuía o mesmo desempenho no Wii.
A Nintendo atingiria agora os seus grandes fãs com os seus grandes clássicos, e também a todo o público casual que jogava apenas por diversão e farra familiar. Mas onde estariam os novos grandes títulos como GTA, Battlefield, Call of Duty, Assassin’s Creed, e muitos outros? Quando existiam versões para o Wii destes, eram versões bem inferiores.
O que forçou muitos gamers a comprarem dois consoles, e essa foi a primeira geração efetiva onde você via muitas pessoas comprando os consoles concorrentes, pois as mesmas não poderiam deixar jogos lindos como Red Dead Redemption passarem em branco.
A Nintendo venceu financeiramente o mercado de games vendendo mais de 100 milhões de consoles e mais de 800 milhões de jogos para o Nintendo Wii, contudo o que estaria por vir era o que definiria o futuro.
Acredito eu que de forma precoce a Nintendo lançou o Wii U, errou em diversos aspectos, desde a escolha do nome até os títulos de lançamento do console e mais uma vez sem um foco definido, quando desejou abraçar todos os gêneros.
Agora, a Nintendo queria de volta os jogadores hardcores, queria o apoio das thirdies e também queria os seus maravilhosos clássicos. Mas esqueceu que assim como no passado em 1990 quando brigava com os arcades, desta vez a nova geração de consoles tem como grande rivais os super computadores. Pois extremamente insensato são todos aqueles que dizem que os gráficos não são importantes, é evidente que são. Podem não ser o mais importante, mas se o jogo alinhar todas essas características ele tem grandes chances de ser bem sucedido.
O Nintendo Wii U não possui o poder de processamento de seus novos concorrentes e não possui mais um público voltado para os jogos hardcore, como foi apresentado, este público se perdeu lá no Nintendo 64. Mas ainda assim todos os jogos lançados até o momento no Wii U são lindos graficamente, não devendo nada aos seus concorrentes e com um gameplay muito melhor do que nas outras plataformas. Então o porque será que os jogos multiplataformas não vendem bem no Wii U? Um exemplo claro é o Assassin’s Creed 3, que tem como versão definitiva a edição do Wii U e ainda assim não representa 1% das vendas da principal franquia da Ubisoft. A resposta para este questionamento nada mais é do que a ausência deste público. Hoje uma pessoa compra um Wii U para jogar os grandes clássico que se consolidaram no Nintendo 64 no Wii U. E todas aquelas pessoas que compraram o Wii onde estão? Migraram para os tablets e smartphones, pois eles são jogadores casuais, jogam qualquer coisa que seja fácil e no mínimo divertido. E a resposta está nas vendas do console, o console só amplia as vendas quando são lançados os exclusivos, Zelda Wind Waker HD, Super Mario 3D World e Donkey Kong: Tropical Freeze.
E a Nintendo já sabia que o público do Wii estava migrando para os tablets, no entanto optou pelo “controle tablet”, e tem investido em jogos indies, mas como está tudo demorando para acontecer, não está ajudando!
A culpa do fracasso no número de vendas do Wii U está condicionada a escolha errada da Nintendo lá no Nintendo 64, quem diria que tantos anos depois, esse efeito borboleta teria consequências devastadoras.
Só tem um jeito da Nintendo reaproximar o público perdido e voltar a grande força das thirdies: Fazendo o que a Sony vem fazendo muito bem. Os jogos multi sempre possuem conteúdos exclusivos para os consoles Playstation. Parece besteira, mas faz muita diferença. Os jogos custam o mesmo preço, os desempenhos de processamento são equivalentes, contudo você tem um algo mais na versão do PS3/PS4. Então qual console você vai comprar?
Tá na hora da Big N acordar, melhorar o seu marketing, mostrar efetivamente os grandes benefícios do Gamepad e fazer com que a experiência de jogabilidade no Wii U seja exclusiva, muito melhor do que nos outros consoles.
Não adianta lançar todas as suas grandes franquias, só isso não basta. Sem contar que você não vai conseguir lançar jogos com a excelência dos exclusivos da Nintendo se você os lançar todo ano.
Nintendo segue o meu conselho, convida as thirdies para uma rodada de sushi, oferece uma graninha que vocês tem guardada do Wii e do DS e orienta a galera para construir o mesmo jogo que fazem para os concorrentes com mais experiências na jogabilidade e adições de conteúdo exclusivos para vocês, e as vendas darão um salto incrível.
A outra opção é comprar diversos estúdios pequenos com bom poder criativo, colocar o grande mestre Shigeru para supervisionar o desenvolvimento de novos IPs, só que todos sabemos que isso demora um pouco.
E vocês, concordam com essa análise? Tem alguma sugestão para a volta ao topo da Big N? Deixe seus comentários, críticas e sugestões e até a próxima.
Lembrando que esse texto foi mais uma colaboração do nosso amigo Anderson Maia lá da Saga Games.