Street Fighter 6 só será lançado para os consoles PlayStation, Xbox e para PC em 2023, mas a Capcom levou o próximo capítulo da franquia de luta à BGS 2022 para que o público trocasse pancadarias francas no game, que apresenta potencial para abraçar gerações de fãs.
Semelhante à versão disponibilizada no beta fechado, a versão presente na BGS 2022 contou com oito lutadores: entre as escolhas, foi possível lutar com Ryu, Ken, Chun-Li, Guile, Kimberly, Luke, Juri e Jamie. Além dos lutadores, quatro cenários diferentes estavam prontos para receber os duelos do próximo game da franquia Street Fighter. Com os personagens e cenários escolhidos, a trocação de socos, chutes e muitos drives começam e, de cara, quebram uma crença que eu construí com o anúncio do jogo: embora os lutadores pareçam muito robustos e pesados, tudo é leve do começo ao fim.
As Lutas de Street Fighter 6
Acreditei que o visual dos personagens, principalmente os mais musculosos, como Ryu e Guile, indicava que os lutadores eram pesados e seus movimentos eram extremamente lentos – errei feio, errei rude. Isso se provou o contrário em segundos, e já no começo da primeira luta que disputei, percebi o quanto Street Fighter 6 apresenta uma leveza absurda na hora dos combates. Socos, chutes e pulos são liberados rapidamente ao toque de simples comandos, e é justamente a movimentação rápida que deixa o jogo mais frenético do que eu poderia imaginar. Aliás, vale ressaltar que os comandos simplificados facilitam a vida na hora das lutas – isso tanto para é jogador assíduo da franquia quanto para quem parou no tempo em jogos de décadas atrás.
Isso significa que Street Fighter 6 até consegue abraçar jogadores que só desejam apertar botões aleatoriamente, mas com a chegada do inédito Sistema Drive, o mais indicado é apostar em estratégias organizadas na hora dos combates. O sistema Drive, que é medido através de uma barra especial, será essencial nas lutas do game, e quanto mais familiarizado com o sistema, melhor o desempenho nos duelos. Isso porque o Drive disponibiliza até cinco movimentos diferentes aos jogadores que podem ser usados de acordo com a necessidade de cada luta: Drive Impact, que absorve o golpe do adversário e o coloca na parede; Drive Parry, que absorve o ataque inimigo e carrega a barra do Drive; o Drive Rush, que faz o seu lutador correr na direção do adversário; o Drive Reversal, que é uma espécie de contra-ataque; e o Overdrive Art, que é um especial.
Cada um dos movimentos tem um custo da barra de energia do lutador, o que enfatiza a necessidade de se criar estratégias na hora de utilizar o inédito sistema da franquia. Isso não indica uma necessidade de ficar com os olhos sempre atentos à barra do Drive ou algo do tipo, mas é bom manter cautela antes de sair utilizando os movimentos de forma desenfreada. Ataque com um chute ou golpe normal, e na hora certa aposte em um dos movimentos especiais.
Aliás, também é preciso destacar que, além da leveza, Street Fighter 6 aposta na simplicidade. Poder utilizar uma boa variedade de golpes do Sistema Drive não significa que você terá que apertar sequências absurdas de botões para realizar os movimentos. O Drive Impact e o Drive Parry, por exemplo, são ativados com um único botão do controle, enquanto os outros três movimentos são ativados combinando dois botões diferentes. Se em algum momento Street Fighter 6 te parecer um jogo complexo mecanicamente, pode ficar tranquilo, pois sua simplicidade é acolhedora e enaltece a porradaria extremamente.
O Visual de Street Fighter 6
Graças ao RE Engine, o visual do jogo é outro ponto positivo e muito bem equilibrado. Do design realista dos personagens, que contam com elementos físicos super bem definidos e roupas e acessórios vibrantes, até as partes mais distantes dos cenários, o game apresenta elementos gráficos ricos e que destacam a arte urbana de um mundo coberto por grafite e pinceladas coloridas quando um Overdrive é bem encaixado. Aliás, é preciso dizer que foi altamente satisfatório ver feixes de tinta aparecem na tela quando acertei golpes mais pesados.
Realismo e grafites se misturam entre detalhes, tintas coloridas, socos e chutes, mas sem deixar de lado o alto nível de partículas de elementos especiais, como o Hadouken de Ryu, o Sonic Boom de Guile e até a poeira do chão que aparece quando os lutadores se movimentam. Não é que o game seja impecável visualmente e aposte em detalhes riquíssimos de nova geração, mas é possível notar que há camadas de atenção a pequenos detalhes que dão charme à pancadaria. Você consegue distinguir o grupo muscular dos lutadores e vê partículas de energia de habilidades especiais se misturando à manchas de tinta na tela, e essa mistura de coisas, de algum jeito, encontra uma sinergia absoluta. Visualmente, Street Fighter 6 segue o que propõe mecanicamente e, na simplicidade e equilíbrio, diverte de forma abosluta.
Primeiras Impressões
Me baseando em uma experiência totalmente positiva, Street Fighter 6 me parece ser um novo e importante capítulo na franquia, e certamente demonstra muito fôlego para divertir jogadores casuais ou até os mais competitivos. Ao meu ver, a Capcom soube entender o que os fãs mais assíduos desejam para o futuro da série, mas sem ter medo de inovar – e acertar – com um sistema inédito totalmente acolhedor, que tem tudo para abraçar novos e velhos jogadores. Street Fighter 6 ainda não tem uma data de lançamento específica, mas está previsto para desembarcar nas plataformas PlayStation, Xbox e PC em 2023 com muita meia-lua pra frente, socos, chutes e, sem dúvida alguma, diversão.