What The Golf? é um jogo desenvolvido pela Triband e foi lançado originalmente em 2019 para PC e iOS, por meio do Apple Arcade, e chegou ao Switch em 2020. Como percebemos com muitos títulos, o público anseia por bons ports para o console híbrido da Nintendo, será que este é um deles?
A Nintendo nos forneceu uma chave para fazermos esta análise.
História
A história do jogo serve apenas como pano de fundo para implementação do humor e de mecânicas diversas. O jogo se passa dentro de um laboratório onde se faziam pesquisas sobre golfe e se chegou a uma incrível conclusão: Golfe é entediante.
Ao longo de todo o jogo, é possível encontrar terminais com pequenas notas que dão uma pincelada nos acontecimentos do laboratório e, junto com a evolução dos ambientes, vão montando uma pequena narrativa. Nada muito elaborado, mas o suficiente para cativar e nos fazer buscar novos terminais.
Jogabilidade
Aparentemente simples, a jogabilidade é o que se espera de um jogo de golfe básico, você escolhe uma direção com o analógico e controla força de acordo com o tempo que segura o botão de ação ou pode usar a tela de toque do console híbrido para controlar de forma similar à versão de mobile. O jogo surpreende aí. A premissa básica sofre uma reviravolta quando você começa a controlar não apenas as bolas de golfe, mas os próprios golfistas, que voam por aí desengonçados, ou uma casa, uma bicicleta, um sofá ou várias bolas de golfe! E de boliche!
Essa variedade de formas, objetos e percursos deixa o jogo bastante interessante, sempre desafiando de uma forma diferente, mesmo que a dificuldade não seja tão elevada. Em algumas ocasiões, ainda, são feitas claras referências a outros jogos, adaptando suas jogabilidades para a simplicidade de apontar e atirar do golfe.
O jogo é dividido em seções do laboratório onde se encontram vários buracos que levam às fases. Todas as fases tem 3 níveis, um inicial, no qual basta chegar ao final, um intermediário, que normalmente traz mais uma camada de dificuldade, como um número limitado de tacadas e um terceiro nível, que acrescenta ainda mais a dificuldade ou traz um novo objetivo ao cenário. Completando os 3 níveis de todos os buracos de uma certa área, é desbloqueado um troféu. O jogo deixa bem claro o que já foi conquistado e o quanto falta para alcançar os 100%, para o deleite dos complecionistas.
A cereja do bolo é o pequeno texto apresentado ao se completar um estágio. Sempre cheio de humor e muitas vezes borbulhando trocadilhos, esse texto reflete um pouco do trajeto passado e consegue proporcionar algumas risadas.
A versão de Switch traz um novo modo multiplayer, no qual dois jogadores disputam para ver quem chega primeiro no buraco. O vencedor ganha um ponto que serve como vida no confronto final em que os jogadores são colocados em um pequena arena e devem jogar bolas explosivas no adversário. Ganha quem acabar com as vidas do oponente primeiro.
Gráficos
O jogo tem uma estética simples e bem agradável e consegue rodar liso na maior parte do tempo. Em algumas fases mais caóticas, com explosões ou muitos objetos voando na tela, é notável a queda de frames, mas não atrapalha muito a experiência. Apesar de muito bonito, senti falta de uma melhor sensação de profundidade em estágios mais alongados.
O design minimalista dos elementos transmite um pouco da própria filosofia do jogo, focando nas partes mais importantes e sendo muito competente em comunicar o que é cada objeto e o que ele pode acrescentar ao jogo, como canos que te transportam, barris vermelhos que explodem, cones móveis e barricadas imóveis, etc.
Sons
A música é bastante animada e complementa bem o estilo gráfico do jogo tanto nas partes boas quanto nas partes não tão boas, dando um ar leve e até um pouco bobo refletindo, também, seu tom humorístico e se destacando apenas em alguns momentos. Um bom exemplo é o som da tacada e do quicar da bola, que são bastante satisfatórios, assim como outros jogos do mesmo esporte, mesmo que as vezes não faça tanto sentido.
Alguns dos pontos altos são as interpretações de trilhas clássicas, como a presente nas fases inspiradas em Super Mario:
Veredito
Um jogo simples, relaxante e divertido. A jogabilidade bem direta também é facilmente assimilada por todo perfil de jogador, de crianças a adultos, de jogadores esporádicos a veteranos. O jogo é curto, cerca de 4 horas para finalizar sem liberar todo o conteúdo, mas isso trabalha a favor do jogo. Como se apoia em uma mecânica simples, estender muito sua duração poderia frustrar muitos jogadores.
Os gráficos simples dão um charme ao jogo mas, em algumas situações específicas, isso faz com que a perspectiva se perca, acrescentando uma dificuldade não planejada. Seu formato linear ainda deixa espaço para uma leve exploração, recompensando aqueles com um olhar mais atento.
Com um novo modo de jogo, diferentes forma de controle, que podem ser alteradas a qualquer momento, apenas as utilizando e experiência sem maiores falhas, este é um excelente port para o Switch!