Em 2010 foi anunciado um novo jogo da franquia Paper Mario, pela primeira vez num portátil. Foi prometido um jogo mais próximo de suas origens, mas o resultado foi uma fórmula nova e leve em relação aos outros de sua franquia.
O jogo, que mais parece uma aventura do bigodudo introduzida num mundo de papel, e não um RPG, criou uma experiência desafiadora no sentido de exploração, divertida e muitas vezes confusa, utilizando bem o Nintendo 3DS.
Resumo:
Todo ano ocorre um festival na cidade de Decalburg, com a visita de um cometa chamado Sticker Comet. A lenda local diz que o cometa pode conceder desejos para quem está na sua presença. Durante o evento – surpresa – aparece Bowser, e conhecendo bem a lenda, resolve pegar o cometa para si. Ao encostar nele, o cometa se parte em pedaços que se espalham pelos mundos do jogo, e um deles, no formato de coroa, para na cabeça do Bowser, que fica extremamente forte, rapta a princesa Peach e acaba com o festival.
Após tal evento, Mario conhece sua nova ajudante, Kersti, uma coroa falante que introduz o bigodudo no jogo e atribui a ele novos poderes.
A história e o inicio são bem interessantes, como uma espécie de tutorial. Depois, você é “solto” pra jogar, e percebe que muita coisa não foi explicada, e terá que aprender jogando, ou recorrer a detonados.
O jogo:
A característica mais marcante do jogo são os adesivos. São essenciais no jogo, pois durante uma luta, somente se pode atacar com eles. Mario tem duas opções, usar um adesivo ou fugir. Não existe batalha sem os stickers! Estes são coletados pelas fases, ao lutar com inimigos, ou comprando. Existe bastante variedade entre eles. Por exemplo: botas, marretas, capacetes, cogumelos, um chapéu mexicano, flor de fogo ou gelo, cascos, etc. E também existem vários tipos de marretas, de cascos e basicamente de todos. Um determinado adesivo pode ter vários níveis de poder, divididos entre normal, metálico prata ou metálico colorido.
Existem também os adesivos especiais, que são os mais variados possíveis. Bola de boliche, uma geladeira, uma cabra, um ventilador, anzol… sério, várias tipos, Não dá pra falar todos aqui. O esquema do jogo é o seguinte, você encontra o objeto (ex: um micro-ondas), e ele vai pro seu inventário. Na cidade de Decalburg, que fica exatamente no centro do mapa, um Toad transforma o item em um adesivo, que normalmente tem tamanhos maiores que os adesivos normais de batalha. Se usar algum especial, pode comprá-lo de novo com um “contato”. Isso mesmo, um boneco abre a porta, você passa o dinheiro e ele manda o item pro seu inventário de novo.
Sua ajudante, a Kersti, te dá a opção de pagar 3 moedas e, no estilo máquina caça-níquel, ter a possibilidade de usar mais de um adesivo por turno. Ela também da a opção de usar um poder chamado paperize, que na ideia é bastante interessante, mas na prática pode frustar um pouco. O cenário fica como uma folha de um livro, e Mario saí dela, podendo incluir ou retirar adesivos quando houver essa opção. O jogo não explica isso muito bem, e nem sempre indica quando deve ser utilizado. Foram várias as vezes que fiquei perdido durante o jogo por não saber o que fazer. Só fiquei mais esperto pro final do jogo, e mesmo assim, errava o adesivo (perdia ele).
Durante as batalhas, é possível apertar o A para interagir. Seja para intensificar o ataque ou defender, a mecânica é bastante interessante, pois deixa as batalhas mais interativas.
O jogo, diferente de seus antecessores, se divide em mundos e fases. Ao todo são 6 mundos, alguns com muitas fases, outros com menos. As fases trazem temas conhecidos para quem jogou outros jogos do Mario, como floresta e deserto. Não inova nesse sentido. As fases são bastante interessantes, pois dificilmente serão parecidas. Desde explorar uma esfinge em formato de Yoshi, a descer um rio sendo atacado por um peixe enorme, explorar uma mansão mal assombrada (estilo Luigi Mansion), uma montanha russa (estilo DK), o jogo é bastante criativo nesse sentido. Coletando o pedaço do cometa, acaba. Algumas tem mais que um cometa, e outras nenhum.
Sobre os boss, são bastante desafiadores… Se você não sabe qual adesivo usar. Os especiais tornam as batalhas fáceis, e, acertando na escolha do adesivo, a luta acaba rápido. Lógico que alguns são mais complicados, mas nada muito impossível.
Sem muitos spoilers, Luigi tem uma presença insignificante no jogo, que é dominado por vários Toads que se envolvem em diversas confusões.
Os gráficos são bem bonitos. Nem sempre é 2D; alguns momentos fica algo meio 3D. A maior parte do cenário não é feita de papel. A trilha sonora também é ótima. Os efeitos 3D não são obrigatórios, mas em alguns mundos tornam o jogo mais bonito.
Além da campanha principal, que tem um tamanho satisfatório e leva em torno de 20 horas para fechar (jogando com calma, sem detonado), o jogo não possui conteúdo adicional. Existe um museu no jogo, mas nada que renda mais horas de jogo.
Veredito:
O que senti jogando, é que o mundo de papel é um pouco descartável. É uma aventura do Mario com um pouco mais de conteúdo que o normal, como diálogos e exploração. O sistema de adesivos é bastante interessante, mas torna as batalhas descartáveis. A exploração e utilização do paperize falham também, por ser um pouco confusas e difíceis.
Enquanto muitos jogos são extremamente fáceis, Paper Mario: Sticker Star falha por não dar nenhuma dica, nem informação. Para quem gosta de desafios, irá adorar o jogo.
Embora tenha me irritado em algumas partes, sem saber o que fazer ou pra onde ir, finalizei o jogo sem me sentir obrigado. O jogo é bastante criativo e cativante, sendo uma satisfação descobrir o que tem que fazer, e até mesmo ver as interações dos adesivos especiais com o cenário. Uma ótima opção de jogo para quem gosta de jogos mais voltados para exploração e fãs do bigodudo. Mas, nem tudo funciona bem no jogo, e pode acabar irritando alguns jogadores.
Visual: 9.5/10
Jogabilidade: 8.5/10
Som: 9/10
História: 9/10
Carisma: 7.5/10
Nota final: 8.7
Críticas: o direcional poderia ter mais utilidade! Só serve para a tela inferior. A trilha sonora em alguns momentos, como fases muito grandes, fica um pouco repetitiva. O jogo é bastante carismático, mas dei a nota 7.5 por não explicar muita coisa, deixando o jogador perdido em vários momentos. Talvez deveria ser mais intuitivo, ou mais dicas pelo cenário.