Desde Mortal Kombat 9 lançado para geração passada e que marcou o retorno da série, a NetherRealm Studios liderada por Ed Boon, tem feito um ótimo trabalho trazendo uma experiência nova a cada título. Mortal Kombat 11 marca o ápice da série, com belos gráficos, gameplay refinado, um modo história satisfatório e customização de personagens cheia de opções.
Trailer épico com a música tema original do filme de 1995!
Lançado 23 de abril, para PS4, XONE, PC e Switch. Publicado pela Warner Bros. Interactive Entertainment que nos disponibilizou a versão PS4 para análise.
História
Eu costumo dizer que a história não importa tanto em jogos de luta, mas aqui é diferente, diria que é obrigatório. Proporcionando uma experiência cinematográfica de ótima qualidade, com um bom roteiro, desenvolvimento dos personagens, nostalgia e aquelas surpresas e reviravoltas que todo mundo gosta.
Evil Raiden
Seguindo os eventos do último jogo, vemos Shinnok após ser derrotado, junto a um Raiden mais sombrio devido a influência do amuleto de Shinnok. Ambos são Deuses Ancestrais e imortais, então Raiden corta a cabeça de Shinnok para lhe dar um destino pior que a morte e servir de exemplo para quem ameaçar o Plano Terrestre. Essa atitude inexperada trouxe desequilíbrio no balanço entre a luz e as trevas segundo Kronika, a guardiã do tempo que também é capaz de manipula-lo. Com isso ela pretende apagar a linha temporal e criar uma Nova Era onde Raiden não exista, e para concretizar seu plano ela faz com que o passado emerja no presente, trazendo de volta o pessoal da época que o confronto com Shao Khan estava prestes a acontecer incluindo o próprio. É legal ver o encontro do passado com o presente, principalmente quando um personagem encontra sua outra versão, imagine dois Jhonny Cages juntos.
Além do modo história temos as Torres Klassicas que é uma sequência de lutas e tem um encerramento para cada personagem, que são interessantes de se ver. As Torres do Tempo que mudam toda semana e trazem recompensas. O modo Krypta que está reformulado, com um personagem explorando a ilha de Shang Tsung em busca de coletaveis, em uma perspectiva em terceira pessoa. E claro, os kombates, online e local.
Jogabilidade
Começando pelas mudanças em relação ao jogo anterior, agora não tem mais a corrida, no lugar temos a volta do dash. São 4 barras especiais ao invés de 3, divididas em 2 ofensivas e 2 defensivas. As barras ofensivas servem para executar as versões melhoradas dos especiais e das interações de cenário. As barras defensivas como o nome sugere, servem para executar ações como rolamentos e contra ataques, que são muito úteis para te tirar da pressão do adversário. Vale destacar a atenção que deram nos recursos defensivos do jogo que são diversos, nesse aspecto estão a frente em relação a outros jogos de luta.
Outra mudança é o X-ray que era um especial que gastava todas as barras em troca de um bom dano, onde ocorria uma série de ataques, e em uma visão de raio-x a gente via o que acontecia internamente com a vítima. Foi substituído pelo Fatal Blow, que fica disponível quando a vida do jogador esta abaixo de 30%. É um recurso potente que não tem custo e só pode ser usado uma vez por luta ao acertar o oponente, ideal para virar o round.
Uma novidade são os Krushing Blow, ataques ou especiais que quando cumprem condições específicas alteram suas propriedades. Um exemplo: o klassico gancho quando usado normalmente arremessa o oponente no alto, mas não da para se mover até ele cair no chão, porém se o oponente atacar e ficar vulnerável, ao acertar um gancho nesse momento, vai ativar o Krushing Blow (aparece uma mensagem no canto da tela e ativa uma breve animação de raio-x), e o oponente será arremessado mais alto que o normal, possibilitando continuar combando. Outro exemplo é a corrente do Scorpion que puxa o oponente (versão melhorada), mas se acertar na distância máxima, ativará o Krushing Blow causando dano extra.
São 25 personagens jogáveis, com os 3 novatos: Geras, Cetrion e Kollector. Mais serão adicionados via DLC futuramente, com Shang Tsung já confirmado. Tem diversos cenários para sediar os combates sangrentos desses guerreiros. Comparando ao Mortal Kombat X, está um pouco mais lento, porém mais técnico, “farofar” nesse jogo não funciona tão bem.
Kustomizaçao
Uma das grandes novidades, além de diversos itens cosméticos e skins, podemos escolher os especiais dos personagens, criando variações únicas. No competitivo existem 2 variações definidas para cada personagem.
Tutorial Kompletasso!
Nunca pensei que fosse elogiar o tutorial de um jogo, afinal eles foram feitos para serem ignorados né? Brincadeira! Mas quem nunca fez isso que atire a primeira pedra, enfim. Muitos não sabem o que é frame data e o quanto isso influencia nas lutas. São os dados numericos de cada movimento de cada personagem, desde um simples soco, até um especial. Resumindo, sabendo isso você sabe se ao usar certo movimento, vai ficar vulnerável ou na vantagem. Um diferencial presente nos últimos jogos da NetherRealm é deixar a frame data disponível no próprio jogo, agora alem disso, explicam como funciona e não somente sobre frame data, como todo o conhecimento necessário para se jogar mais a sério não só MK11 como qualquer outro jogo de luta, como espaçamento, zoneamento, damage scaling… Tudo de uma forma simples e clara. Parabéns pela iniciativa e que outros jogos sigam o exemplo!
Gráficos
A parte visual está linda, seja na ambientação ou no modelo dos personagens, o nível de detalhes impressiona. A qualidade na animação no modo história, junto a coreografia nas cenas de luta nos faz esquecer que se trata de um jogo e não de um filme. Os gráficos realistas deixam o jogo ainda mais grotesco, da para notar a expressão de dor nos personagens conforme são feridos e como dizem, esta mais violento que nunca.
Som
Ossos quebrando, corpo sendo perfurado, orgãos sendo esmagados… os efeitos sonoros transmitem bem a brutalidade. Um bom exemplo é um ataque do Kotal Kahn onde ele usa sua espada e fica serrando o tronco do inimigo, dando para ouvir nitidamente a carne sendo cortada. A trilha sonora é sombria e agitada, para combinar com a temática do jogo. Totalmente localizado em português, com direito a dublagem brasileira de qualidade.
Shang Tsung está(rá) de volta, com visual do ator Cary-Hiroyuki Tagawa que o interpretou no filme!
Veredito
Mortal Kombat 11 aproveita o que teve de melhor nos jogos anteriores, aprimora e ainda apresenta novidades. O resultado não poderia ser melhor, recheado de conteúdo, é um jogo de luta kompleto!