Gameplay
Esse jogo segue a receita de bolo dos outros jogos do gênero de Lego. Se você é um dos poucos que nunca jogou ou viu jogar, já deve ter uma ideia de como funciona pela minha análise do Lego Batman 2. Para não me tornar repetitivo, vou me focar nos elementos que tornam esse jogo diferente dos outros.
Gostaria de começar falando por aquele que pra mim é o mais notável: o mundo aberto da Terra Média. Pra começar você não tem uma “base” que funciona de hub (elemento presente mesmo no mundo aberto de Lego Batman 2), então você simplesmente vaga pela Terra Média. Desbloquear locais para fast travel e atualizar o mapa é possível através de estátuas que estão em pontos específicos. Em vários jogos isso poderia acabar se revelando um defeito, mas nesse acaba se transformando em qualidade. Andar pela Terra Média de Lego ajuda muito a entrar no clima de aventura épica do jogo (apesar de ser uma comédia). Lembre-se dos filmes e pare pra pensar no grande tempo de cenas dedicado a apenas mostrar os personagens “andando”. Lugares como o Condado, Valfenda e outros estão muito bem feitos no estilo Lego. No entanto, esse modo de mundo aberto não está disponível nas versões para PS Vita e Nintendo DS.
Os blocos vermelhos e dourados permanecem no jogo, mas agora ao completar os minikits você desbloqueia um tesouro que deve abrir em Valfenda. Uma novidade ligada ao universo de Senhor do Anéis é a presença de blocos de mithril, mas estes possuem uma utilidade diferenciada porque estão ligados à mecânica de ítens e equipamentos. Nesses jogos de Lego em geral certas ações só podem ser realizadas por um tipo de personagem, mas LOtR foi além disso e introduziu um sistema de equipamentos em que você pode equipar no personagem para que ele seja capaz de realizar certas ações. No jogo você encontra uns tipo de pergaminho que servem de manuais e desbloqueiam equipamentos que podem ser construídos no ferreiro desde que você reúna os ítens necessários pra isso.
Outra novidade introduzida foram as quests. Pessoas (mas não só humanos) espalhadas por toda a Terra Média podem requisitar alguma missão pra você em que você deve encontrar alguma coisa para elas e lhe darão uma recompensa em troca. Esse é o tipo de coisa em que você provavelmente só vai se preocupar após fechar o modo história, quando quiser buscar o 100%. Falando nisso, esse é um jogo mais difícil de se conseguir tudo do que Lego Batman 2. Um dos motivos é a imensidão da Terra Média (ou a sensação de grandeza que ela transmite), mas também são coisas a mais para se fazer (desbloquear todos os designs do ferreiro), mais de 10 personagens a mais e etc, além de aparentemente ser mais difícil coletar grande quantidade de moedas no início.
Como durante a história chega um momento em que os personagens se separam, o mesmo acontece durante o jogo e então dois “núcleos” se desenvolve. Você pode escolher qual fase núcleo jogar a qualquer momento, bastando mudar o personagem que está controlando no mundo aberto e indo pro caminho da fase. Soa muito legal poder escolher qual fase quer jogar primeiro em situações assim, mas sempre chega uma hora em que há um limite, e em determinado momento (por conta da história) eu quiser avançar mais com Frodo e Sam, por exmplo, vai haver uma barreira e sempre que eu encostar nela vai aparecer um flash com o olho de Sauron. Essa barreira só vai deixar de existir quando eu passar das fases com Aragorn, Legolas e Gimli que eu havia deixado pra depois. No fim das contas, acaba não sendo algo tão relevante assim.
Veredito
Existem coisas que dependem meramente de gosto e uma delas é a temática. Ela vai influenciar fortemente se o jogador prefere este, ou Lego Star Wars, ou Lego Marvel, ou ainda o “livre de amarras” Undercity (que pra alguns é um “GTA LEGO”), mas existem elementos no design do jogo que podem pender as coisas para um lado da balança. Eu particularmente estaria mentindo se dissesse que foi o jogo da franquia Lego que mais me diverti, porém não posso pegar que de todos é o que dá a maior sensação de aventura. A temática do jogo é perfeita pra isso e a produção do jogo foi objetivamente voltada pra isso.
As sacadas de humor continuam com um nível muito bom e o trabalho da Traveller’s Tales em resumir essa saga gigantesca em apenas 1 jogo que não chega a contar com 20 fases foi extraordinário dentro dos limites do que poderia ser. O jogo continua no esquema de ser muito fácil de zerar, mas em relação ao antecessor mostra-se mais desafiador em desbloquear tudo o que há pra ser desbloqueado e possui até mesmo uma fase bônus e um final secreto.
No geral, ele seguiu a tendência de evolução dos jogos da franquia Lego do gênero.
Visual – 8,5/10
Jogabilidade – 7/10
Som – 10/10
História – 10/10
Carisma- 10/10
Nota Final – 9,1/10