Muitas pessoas podem não saber, mas o primeiro jogo de videogame da Lego foi lançado em 1997. De lá pra cá surgiram dezenas de títulos em diversas plataformas, tornando a franquia versátil em gênero e temática.
Em 2008 chegou ao mercado Lego Batman: The Videogame. O jogo de ação/aventura com visual Lego tinha toda sua mecânica baseada nos sucessos de Lego Indiana Jones: The Original Adventures e da série Lego Star Wars, mas diferente desses ele possuía uma história original. Lançado em várias plataformas, pela Nintendo ele saiu tanto no Nintendo DS quanto no Wii, teve notas razoáveis e boas nas reviews mais conhecidas mas sem chegar a ser tido como espetacular.
Como é possível observar no histórico dos jogos de Lego, dificilmente não haveria uma sequência. Então saiu em Junho de 2012 Lego Batman 2: DC Super Heroes. Foi lançado para várias plataformas assim como seu antecessor, mas dessa vez incluindo também Nintendo 3DS e Wii U.
Ta-dah!
O segundo jogo herdou muita coisa do primeiro, mas também trouxe várias novidades. As principais, tirando o enredo, estavam na possibilidade de passear por uma Gotham City em mundo aberto e de jogar com vários outros heróis e vilões da DC que não pertencem à franquia Batman, como Superman, Aquaman, Lex Luthor, Sinestro e etc. É claro que a possibilidade de criar seu próprio personagem estilo Lego usando partes de personagens diferentes permaneceu.
Nesses jogos anteriores de Lego (incluindo o primeiro da franquia do morcego) havia apenas um cenário que servia de “hub” e a partir dele o jogador mexia nas opções, desbloqueava recursos, selecionava as fases e etc. A batcaverna continua presente no segundo jogo tendo utilidade para uma boa parte dessas funções, mas o mundo aberto ganhou um papel extra nisso. Jogando no modo história em determinados momentos é preciso se locomover por Gotham para chegar até o local da próxima fase. Para desbloquear vilões agora é necessário, antes de compra-los, acessar computadores espalhados por Gotham, tornando acessíveis os próprios vilões em determinados locais onde o jogador deve ir para enfrenta-los. Após vencer uma briga, aí sim é possível a compra. Já para cada mocinho existe um número mínimo de blocos dourados necessários para poder comprar cada um, sendo que eles também estão espalhados por Gotham (tirando aqueles acessíveis pelo modo história, claro) e devem ser encontrados em uns… portais com um teto dourado (ou algo assim) para serem comprados. Vale lembrar que alguns personagens jogáveis são pessoas comuns, como Alfred, Vick Vale e outros. O jogo recebeu 2 pacotes de DLC para adicionar personagens extras, mas eles não ficaram disponíveis para as versões dos consoles da Nintendo (que normalmente não fazem uso de DLC). É possível encontrar e comprar veículos para viajar por ar, terra e mar, mas alguns são apenas desbloqueáveis conseguindo explorar completamente as fases, e também desbloquear cheats ao conseguir ter acesso a blocos vermelhos que estão por Gotham, mas que nem sempre é tão fácil descobri-los.
A jogabilidade permaneceu praticamente a mesma, com cada personagem tendo um tipo de habilidade diferente, e cada tipo de habilidade servindo para resolver algum tipo de puzzle ou ainda achar segredos nas fases ou por Gotham. Batman e Robin podem utilizar trajes diferentes que possuem utilidades diferentes. Vários objetos podem ser quebrados em peças de lego e/ou montados para resolver quebra-cabeças ou simplesmente desbloquear alguma coisa. Isso faz com que algumas pessoas ajam como vândalos em Gotham…
Há apenas 15 fases, mas dificilmente o jogador irá se contentar em finalizar o modo história. O jogo foi bem trabalho no sentido de despertar a vontade de explora-lo mais, jogar novamente as fases e descobrir todos os seus segredos e desbloquear tudo o que for possível tantos nelas quanto no mundo aberto de Gotham. Há também a possibilidade de jogar em modo cooperativo de 2 pessoas, o que pode tornar a experiência bem mais divertida. No entanto, tirando obviamente as versões portáteis do jogo (em que cada jogador usa seu próprio console), ao usar o modo cooperativo local a tela se divide quando os personagens se afastam, o que pode atrapalhar em alguns momentos. Isso não acontece na versão do Wii U, em que o gamepad possibilita servir de tela para o segundo jogador.
Acreditem, no multiplayer é bem melhor jogar sem isso…
O enredo é muito bom. Lex Luthor quer se eleger presidente e resolve procurar ajuda de ninguém menos que o Coringa, formando uma aliança atípica (nada envolvendo o Coringa é típico) e eventualmente fazendo o Batman precisar de ajuda. Não darei muitos detalhes porque sei que muitos não gostam de spoiler, mas vale ressaltar que foi o primeiro jogo dessa série de jogos da Lego que inovou ao contar com uma atuação completa em dublagem de personagens, ao invés daqueles meros efeitos vocais. As cutscenes, claro, contavam com uma boa dose de humor típica dos jogos da Lego.
Vale lembrar que o jogo ganhou um longa-metragem chamado Lego Batman: The Movie – DC Super Heroes Unite. Além dos acréscimos, possui apenas algumas leves diferenças em relação às cutscenes do jogo, mas também é uma boa experiência de assistir mesmo que você já tenha jogado.
A trilha sonora, além de música original, conta também com o clássico tema do filme Batman de 1989 e a icônica música de John Williams em Superman. Falando nisso, ao controlar o Superman em mundo aberto você pode levantar voo e a música-tema começará a tocar. Dá uma sensação muito épica…
Tã-nã-nã tã-nã-nã-nã-nã-nã
A crítica e os jogadores deram ao título o que ele mereceu: uma recepção melhor que a de seu antecessor. As reviews deram médias a partir de 8/10 com mais frequência e, devido às inovações, houve quem dissesse que era o melhor jogo de Lego lançado até então. Devo dizer que, no gênero de ação/aventura, se destaca mesmo como melhor que qualquer antecessor.
Essa é uma sequência que consegue algo em que alguns jogos acabam por falhar: melhorar bastante um primeiro jogo que não é ruim. As inovações bem aplicadas que acabaram por cair nas graças de quem jogou (como o mundo aberto e a dublagem completa) estariam presentes nos outros jogos Lego do gênero a partir de então. A cena final ainda deixa espaço para um possível terceiro título da série, e embora ele ainda não tenha sido anunciado, é o que muitos fãs que esse jogo conquistou (eu me incluo) estão torcendo para acontecer…
Visual – 8/10
Jogabilidade – 7/10
Som – 9/10
História – 9/10
Carisma – 10/10
Nota Final – 8,6/10