A Weekly Shonen Jump – revista semanal que publica os mangás mais populares – está completando 50 anos, e para comemorar, uniu seus personagens em um crossover e assim surgiu Jump Force. Lançado para PS4, XONE e PC em 15 de Fevereiro de 2019, desenvolvido pela Spike Chunsoft e publicado pela Bandai Namco Entertainment.
Se você gosta de animes, provavelmente já quis saber como seu personagem favorito se sairia contra personagens de outras séries como Naruto, Dragon Ball, One Piece, Bleach, Saint Seiya, entre outros. Só isso já torna o jogo uma proposta interessante, mas será que vale mesmo a pena?
Os mods já estão a solta!
A versão utilizada para análise é a de PC disponível nesse link, cedida pela Nuuvem, a maior loja de jogos digitais para PC, MAC e LINUX da América Latina e uma plataforma totalmente brasileira que oferece uma forma prática e fácil de comprar games pela internet. Atualmente a loja possui mais de 4 mil jogos dos mais diversos gêneros e das maiores produtoras do mercado, como: Take 2, Konami, Rockstar, Sega e Ubisoft.
História
Personagens de manga estão surgindo no mundo real por algum motivo, e junto a eles seres maléficos chamados de Venoms. Durante um ataque dos Venoms à Nova York liderado por Freeza, surge Goku, e os dois começam a lutar. Um cívil que é nosso personagem principal e esta no local em meio ao caos, acaba gravemente ferido por conta de um ataque perdido do Freeza. Trunks que também esta la, injeta um misterioso objeto chamado de cubo Umbra, para salva-lo além de dar poderes. Assim customizamos o personagem, damos um nome e escolhemos um estilo de luta, e conforme lutamos vanos aprendendo as técnicas dos outros personagens. Freeza se retira, enquanto Goku e Trunks nos levam a base da Jump Force, uma resistência que combate os Venoms e com o auxílio do robôzinho Navigator, purificam os cubos Umbra negros que controlam pessoas.
Temos que combater os personagens possuídos pelo cubo Umbra negro
Somos apresentados ao diretor Glover que explica o que esta acontecendo. Nosso personagem é recrutado e temos que escolher um dos 3 times liderados por Goku, Luffy e Naruto para realizar missões. Somos brevemente introduzidos aos vilões Galena e Kane que é o líder por trás de tudo e quer dominar o mundo – ambos juntamente com Glover e Navigator, são personagens originais criados por Akira Toriyama para o jogo -. O modo história é clichê e maçante, você tem que andar pela base que funciona como um lobby, e procurar as missões que se resumem a batalhas, contra uma CPU de inteligência artificial fraca.
Os vilões Galena e Kale
Jogabilidade
O ponto mais forte do jogo é a quantidade de personagens, contando com 40 jogáveis, onde temos algumas escolhas esperadas mas necessárias, outras mais ousadas como Yami Yugi de Yugioh, Kurapika de Hunter vs Hunter, Kaguya de Naruto Shippuden, e até o inesperado Dai de Dragon Quest, para nós conhecido como Fly o pequeno guerreiro. Para alguns sempre vai faltar um personagem que poderia estar no lugar de outro, em meio a tantas opções não da para agradar 100%, mas diria que o cast esta satisfatório.
Só quem viveu nos anos 90 vai lembrar dessa lenda!
Mas de que adianta uma variedade tão boa se na jogabilidade a sensação com todos é praticamente a mesma? Você escolhe 3 personagens que compartilham uma barra de vida única, tem a barra de energia para os especiais, a barra de despertar que liberam transformações ou poder extra, e tem uma barra para correr até o inimigo ou se distanciar, temos 2 botões para ataques, um com 3 variações dependendo da direção do analógico, e mesmo com isso parece que fazemos a mesma coisa o tempo inteiro, salvo pequenas exceções. O pior é que não importa se é o Goku que usa os punhos, o Zoro que usa espadas, ou até o Yugi que usa o Mago Negro, os combos não tem profundidade e isso torna o jogo muito repetitivo. Até é divertido ver os 4 especiais de cada personagem e algumas transformações. É interessante o Sasuke usar Amaterasu e as chamas permanecerem no cenário, esses detalhes fazem bom uso da perspectiva 3D, porém no geral a jogabilidade é fraca.
Gráficos
A princípio quando vi o trailer na E3, meu primeiro questionamento foi porque usar modelos realistas ao invés de modelos em anime tão belos como do Naruto Storm 4, por exemplo. Mas depois acabei achando interessante uma proposta diferente e até é justificada pela história. Os cenários estão bonitos e o modelo dos personagens ficaram bons, mas no modo história as animações ficaram esquisitas. Parece que todos só tem uma expressão facial e o movimento da boca não sincroniza com as falas, mais notável quando interagimos ou nas cenas. No combate entretanto estão bem trabalhados.
A vestimenta dos personagens desgasta conforme recebe dano
Trilha Sonora
A trilha sonora não é marcante mas cumpre seu objetivo, os efeitos sonoros lembram os animes, seria interessante terem trabalhado mais essa parte para deixar o jogo mais imersivo, os fãs iriam adorar. Apesar de pouca dublagem no modo história, nos combates esta na medida certa com direito a algumas interações, e trás as vozes originais dos personagens em japonês.
Alguns personagens tem interação única
Um cast tão bom, um potencial tão desperdiçado, como fã de animes e games não tem como não lamentar. Considerando que se trata de um jogo comemorativo, faltou empenho para criarem um sistema de combate variado e satisfatório, pois mesmo quem é fã vai se cansar do jogo bem rápido.