A E3 de 2019 nos saboreou com a doce notícia sobre uma sequência direta para Breath of the Wild. Em um ano sem E3, muitos dos fãs gostariam de saber mais sobre o futuro da franquia, e é aí que em setembro, somos surpreendidos com o… passado dela?
Hyrule Warriors: Age of Calamity foi anunciado prometendo contar exatamente o oposto do que nós fãs esperávamos: o passado de Breath of the Wild. Os 100 anos que tanto são falados no primeiro game, finalmente trazidos para nós em uma experiência jogável e detalhada.
Com o desafio de agregar para a franquia ao mesmo tempo que usa o estilo musou (vários inimigos na tela contra um player, em combates frenéticos), o jogo parece promissor em aumentar o que amamos em Zelda: sua mitologia.
Confira nossa análise logo abaixo, que só foi possível graças à nossa incrível parceria com a Nintendo, que nos forneceu a chave do jogo!
História
Aqui o ponto alto que fez muitos fãs voltarem para Hyrule, passando por cima da falta de aproximação com o estilo musou. A história expande o universo do jogo de Zelda mais recente e considerado por muitos o melhor de todos. Os campeões de Hyrule estão de volta com papéis mais presentes, já que a história se passa nos 100 anos que antecedem Breath of the Wild, na luta contra o terrível Calamity Ganon. Se me permitir spoilers de BotW, todos sabemos que o combate não termina muito bem, com todos derrotados e Link sendo levado para um descanso de 100 anos, que inclusive é onde o game de 2017 se inicia.
Para quem jogou a demo, o começo da história não é muita novidade: o jogo começa com um pequenino guardião, em meio ao caos e destruição, que foge em um portal e volta para o pacífico (ou menos caótico) tempo em que Hyrule estava em pé de guerra. O pequeno viajante parece gostar muito da Princesa Zelda, então Impa e Link, o guarda-costas da realeza, partem em uma jornada de descoberta sobre a origem deste guardião amigável e os segredos que ele pode esconder.
Se eu já dei spoilers de Breath of the Wild, fiquem tranquilos: não falarei nada da história que estrague a sua experiência em Age of Calamity. Apesar de todos nós já termos jogado o futuro deste jogo, Hyrule Warriors foi capaz de contar com muitos detalhes o que não vimos, interações interessantes que aprofundam personagens já apresentados, tudo isso acompanhado de muitas surpresas que valem ser jogadas. Só não me pergunte onde tudo isso se encaixa na linha do tempo da franquia!
Jogabilidade
Aqui entramos na parte que pode não agradar a todos: a jogabilidade musou. O esquema de ‘player vs. hordas‘ é interessante, mas pode soar repetitivo. Todo o contexto de guerra e força atual do inimigo justificam o cenário onde temos poucos heróis para muitos vilões, então, na questão de ambientação, não existe um estranhamento.
O que eu gosto muito nesse estilo é o gerenciamento de combate no mapa. Existem alguns pontos no mapa que precisam de sua atenção, então é importante mobilizar (através de ordens que o jogador estabelece) tropas nesses locais, chegar a tempo e não deixar ninguém em apuros. O modo multiplayer é divertido e também explora essa gestão, onde constantemente me vi combinando “quem vai para a esquerda e quem vai para a direita”, seja para ganhar tempo ou para socorrer algum capitão.
Já que a aventura não se trata exclusivamente de Link, muitos personagens são jogáveis, com gerenciamento de armas, níveis e ataques exclusivos. As Divine Beasts também ficam disponíveis para serem controladas (com o Motion Control, inclusive), o que torna o jogo ainda mais diverso. A diferença entre personagens e Beasts está longe de ser apenas estética, então espere diferentes experiências com cada um deles!
Gráficos
É chegada a parte que indiscutivelmente todos que gostaram de Breath of the Wild não podem reclamar em Age of Calamity: Os gráficos.
Em AoC (usarei essa sigla para facilitar), os gráficos são a exata reprodução do que vimos em BotW, sem tirar nem por. Novos designs nos são apresentados como se já tivessem sido vistos e todas as cutscenes, se tiradas de contexto, se passariam facilmente por alguma DLC do jogo original ou até mesmo se passaria pela sequência, da qual estamos carentes de informações.
A oportunidade de ver Hyrule antes da calamidade é algo que esse jogo proporciona muito bem. Cidades inteirinhas, personagens em versões mais jovens, novos personagens… Se a jogabilidade te causou algum estranhamento, os gráficos te farão se sentir em casa.
Trilha Sonora
A trilha sonora é tão impecável quanto a de Breath of the Wild. Se para o primeiro jogo existem versões compiladas das músicas para relaxar, em Age of Calamity existirão versões para se manter determinado.
Eu me vi preso no menu inicial e na seleção de fases, onde toca uma música extremamente motivadora e muito bem composta, assim como todas da série Zelda. Além de conter menções a outras músicas da série e até alguns temas que já vimos em BotW, a experiência sonora aqui é muito boa!
Uma menção honrosa para as dublagens, que estão muito boas e presentes em todas as cutscenes. Isso deixa a experiência mais imersiva e fácil de acompanhar, sem falar que acrescenta muita personalidade aos personagens pouco explorados anteriormente.
Veredito
Não posso negar que muito do que me agradou em AoC é justamente o meu carinho pela franquia central de Zelda, em especial BotW. Isso não torna o jogo ruim, muito pelo contrário: cria uma estima e carinho por um jogo “apenas” pelo significado de seu irmão mais velho.
O estilo musou não é o meu preferido, mas eu passei por cima disso no passado, jogando o primeiro Hyrule Warriors para Wii U, e gostei muito da proposta em homenagear a franquia toda, com personagens de todos os games. Age of Calamity levou essa homenagem para outro nível, respeitando a identidade visual de um Zelda que amamos, ao mesmo tempo que conta mais sobre ele.
Dar uma chance ao estilo musou não foi um caminho só de sofrimentos: a temática envolve estratégia e é interessante dar ordens aos personagens para concluir um objetivo final. Além de proporcionar uma experiência multiplayer, acredito que Hyrule Warriors: Age of Calamity é ambicioso e interessante o suficiente para matar nossa sede de BotW 2, enquanto conhecemos mais um universo que tanto amamos.