JRPG ou RPG japonês (não necessariamente feito no Japão) são jogos com foco em histórias originais e uma narrativa profunda, geralmente com um mundo enorme cheio de cidades e lugares para se aventurar e em sua maioria os combates são em turnos, porem atualmente o foco na ação esta maior. Como geralmente são longos e bastante imersivos, são ideais para jogar nessa quarentena. Vou deixar 5 recomendações boas tanto para iniciantes quanto veteranos:
1 – Final Fantasy IX
Começando pela franquia mais popular entre os JRPGs, o último da trindade do PS1 que alcançou um novo patamar de qualidade e popularizou a série no mundo todo. FFIX trás de volta o clássico medieval fantasia com castelos, cavaleiros e princesas dos primeiros jogos. A história é fantástica, com personagens marcantes em um mundo repleto de cidades grandes e cativantes, além da ótima trilha sonora e qualidade gráfica surpreendente para época. Na jogabilidade não tem tanta inovação, mas ainda é a formula no seu melhor. Foi remasterizado dando a polida que faltava para os consoles atuais, PC e até mobile. É o FF preferido do criador Hironobu Sakaguchi assim como o meu, sendo uma ótima porta de entrada por sua acessibilidade e por trazer o melhor da série no seu auge.
2 – Breath of Fire 3
Houve uma época que a Capcom se aventurou nos JRPGs de turnos dando vida a Breath Of Fire, sendo o terceiro lançado para PS1 e portado para PSP. A história é divida em 2 partes, onde na primeira jogamos com o protagonista Ryu enquanto criança, e após um timeskip começa a segunda parte com o Ryu, agora um jovem adulto. É interessante acompanhar o crescimento dos personagens e ver as mudanças nos lugares anos depois. Os gráficos são bem feitos, com modelos e cenários bem coloridos. A trilha sonora trás o melhor da velha guarda da Capcom. Na jogabilidade tem algumas mecânicas únicas como aprender habilidades dos inimigos ao observa-los. O sistema de mestres que ao serem encontrados e cumprirmos certos requisitos, podemos aprender novas habilidades, além de definir os atributos que serão focados ao subir de nível. Tem um mini game de pesca que garante bons itens e mais parece um jogo a parte, temos também as Jóias de Dragão que são encontradas pelo jogador podendo ser combinadas até 3 de uma vez para dar origem as mais diversas formas de dragão de Ryu, é divertido testar as combinações e adiciona estratégia aos combates.
Quando se trata da série é difícil escolher entre 3 e 4, ambos tem histórias independentes com seus altos e baixos. BOF4 apresenta a história de uma forma única onde além de jogarmos com o protagonista, jogamos partes com o antagonista. Uma experiência que nos permite uma perspectiva nova ao mostrar os 2 lados, além de ser divertido já que o antagonista é bem poderoso desde o início (e estiloso). O que mais chama a atenção são os gráficos que deram um salto comparado ao antecessor com modelos mais bonitos, polidos e animações melhores. A trilha sonora agora é mais moderna, em cada jogo com seu charme. Nos combates a grande novidade é o sistema de combos onde certas magias usadas em sequência pode resultar em uma nova, como por exemplo: magia de vento seguida de magia de fogo se torna magia de explosão, uma adição divertida e efetiva que provavelmente você vai usar o jogo inteiro. O sistema de aprender habilidades dos inimigos e o sistema de mestres estão simplificados e melhorados, assim como o mini game de pesca.
4 – Atelier Iris Eternal Mana
A série Atelier atualmente é mais conhecida e conta com diversos títulos praticamente anuais, que se tratam de jogos onde o objetivo é prosperar através da alquimia. Porém foi no PS2 que veio o primeiro título para o ocidente, e o estilo padrão da série de farmar (termo que uso para definir jogos como Haverst Moon ou Animal Crossing) foi trocado por uma clássica aventura com início, meio e fim. A história é simples mas seus personagens divertidos conseguem prender a atenção de quem está jogando. A trilha sonora tem seu charme único que só é encontrado nos títulos da série dessa época e os gráficos em estilo anime são bem coloridos e fofinhos com o modelo dos personagens em chibi. Durante os diálogos são exibidas artes de corpo inteiro dos personagens que vão alterando conforme o que dizem além de serem dublados, algo que na época era inovador e atrativo. Na exploração é possível encontrar ingredientes no cenário e após fazer pacto com as diversas manas – espécie de espírito elemental – é possível extrair o elemento da natureza correspondente ao da mana, além de concederem novas habilidades que podem ser usadas para vencer obstáculos, adicionando elementos de plataforma. Em um Atelier, usando alquimia, ingredientes e elementos, é possível fazer diversos itens que podem ser usados em combate, ou para cumprir side-quests que liberam parte do lore. Uma forma interessante de mostrar conteúdo já que criar itens com alquimia é a proposta principal da série.
5 – Persona 5
Para encerrar, um jogo mais atual, disponível para PS3 e PS4 com uma nova versão, Persona 5 The Royal para PS4 que trás melhorias e adições. Uma obra prima que aproveita o que já era bom no antecessor, refinando a fórmula e trazendo novidades. Os gráficos são no melhor do estilo anime e a trilha sonora épica conta com diversas faixas cantadas, algo típico da série. A jogabilidade é dividida nos combates e em um simulador de vida. Ambientado em Tokyo vivemos na pele de um colegial durante 1 ano letivo e temos que fazer de tudo, desde estudar, trabalhar, desenvolver habilidades, comer, dormir e ter uma vida social. Em meio a isso uma vida secreta junto de amigos, que através de um app misterioso, são capazes de entrar no coração de pessoas corrompidas com o intuito de tentar reverte-las. Para sobreviverem nesse mundo paralelo, cada personagem utiliza de um ser com poderes, originados de sua personalidade chamados de Persona. Os combates em turno tem elementos semelhantes a Pokémon com cada criatura tendo vantagens e fraquezas diferentes, além do protagonista ter a habilidade de “capturar” novas criaturas. Mas a semelhança para por ai, pois a história e ambientação são bem obscuras, abordando temas como abuso, suicídio, lavagem de dinheiro e corrupção. Conforme o protagonista desenvolve relações no mundo real, isso acaba refletindo no mundo paralelo se tornando capaz de controlar mais tipos de criaturas cada vez mais poderosas, fazendo uma ótima ponte entre os dois estilos de jogo. E o que não falta são possibilidades nas várias horas que um dos melhores JRPGs já feitos oferece. Obrigatório para amantes de animes.